Interpretação de Textos
Em primeiro lugar...
Antes de tudo o mais, é necessário ler o texto muito atentamente, prestando uma atenção particular às palavras de ligação (mas, todavia, no entanto, etc.), por forma a compreender a sua construção e identificar as diferentes etapas da argumentação do autor (as partes). Nesta fase, faz todo o sentido sublinhar as palavras e as expressões essenciais.
Acima de tudo, dê a si próprio o tempo necessário para ler o texto com cuidado. Não se precipite, pois muitas vezes pensamos compreender bem as coisas, fazendo confusões e simplificações excessivas. Desconfie dos textos que parecem muito simples; muito frequentemente têm armadilhas que vos podem levar a interpretar mal o que neles está escrito.
Finalmente, aponte os exemplos dados no texto, para os explicar cuidadosamente a seguir. Muitas vezes o raciocínio filosófico do autor é mais facilmente compreensível através deles.
A Introdução
A introdução do seu trabalho de interpretação de um texto filosófico deve, de preferência, ser constituída por quatro partes sucessivas e ordenadas. Esta forma de fazer tem o grande mérito de obrigar a tratar do essencial, evitando todas as generalidades que engordam o trabalho sem utilidade para esclarecer o texto. Nesta óptica, vale pouco a pena escrever sobre o autor, contando a sua vida em três linhas...
Tema
A primeira etapa consiste em identificar o tema que está em questão, na sua forma geral (tema da ética, da linguagem), mas também sob um ângulo mais preciso, por exemplo, “o direito do cidadão à oposição num texto de filosofia política de Rousseau”, “a especificidade do conhecimento humano, relativamente às formas que o prefiguram no animal, segundo Aristóteles”. Em
resumo, trata-se de compreender de forma precisa aquilo de que fala o autor e limitar muito bem o tema. O tema não deve, no entanto, ser confundido com a tese, isto é, aquilo que o autor quer demonstrar no excerto em causa.
Problemática
A determinação do problema é um dos elementos decisivos na tarefa de explicar um texto. O problema designa a dificuldade central levantada pelo texto. Este problema deve ser posto em evidência, pois, na maioria das vezes, ele não é evidente numa leitura apressada: numa dissertação, o problema não se confunde com a questão colocada, por isso, no comentário do texto, deve clarificar-se a questão fundamental colocada implicitamente pelo filósofo.
Tese
Não se trata aqui de enunciar a teoria geral do autor, como se, por exemplo, todos os textos de Descartes implicassem a análise do “cogito”. Trata-se, pelo contrário, de determinar a posição do filósofo no texto em análise, isto é, de analisar o conteúdo filosófico fundamental do texto.
Plano do texto
A introdução deve finalizar com o enunciado do plano do texto de análise: partes que o compõem e um resumo breve e preciso do conteúdo de cada uma delas.
Desenvolvimento
Organização
É útil explicitar a organização do texto, descobrir a sua articulação, a sua organização interna. Não se trata de cortar o texto, de o dividir e de compreender a estrutura através de elementos dissecados sem nenhuma relação entre si. O que interessa é explicitar o encadeamento e evidenciar as verdadeiras ligações.
É necessário construir ligações e obedecer a uma organização rigorosa; do mesmo modo, a explicação do texto visa sobretudo tornar explícitos os encadeamentos, uns nos outros, dos elementos de reflexão. O que se pretende é precisamente evidenciar a construção e o itinerário do autor. Com esse objectivo, é aconselhável seguir a ordem do texto, e construir as diferentes
partes da explicação em função das partes do texto.
Explicitação dos conceitos fundamentais
Evidenciar o percurso orgânico do texto é, antes de mais, definir os conceitos fundamentais que presidem a essa organização. A finalidade da explicação do texto filosófico é portanto clara: trata-se de definir e de explicitar os conceitos fundamentais do texto, acompanhando o seu movimento e a sua organização. Deve-se prestar atenção particular aos conceitos de base que possuem uma significação particular e que detêm uma função precisa no texto. Evidentemente, não basta afirmar este papel central deste ou daquele conceito, é necessário também sublinhar o encadeamento dos conceitos entre si. Explicar consiste precisamente em estabelecer articulações entre conceitos e ideias.
Esforço crítico
A explicação não é completa se não provocar ao mesmo tempo um esforço crítico. Mas entendamo-nos sobre o sentido da palavra “crítico”: com efeito, todos os grandes textos filosóficos colocam pelo menos um problema fundamental. Que pode então significar uma crítica? A crítica de um texto não é uma simples refutação como muitos alunos pensam; a “refutação”, designa
a acção pela qual recusamos um raciocínio, uma argumentação, provando a sua falsidade. Este procedimento dificilmente será compatível com o reconhecimento da riqueza de um texto filosófico.
Criticar não é destruir, mas compreender. Destruir é manter-se no espírito da letra do texto, enquanto compreender é aceder ao seu verdadeiro conteúdo. A destruição é dogmática, a verdadeira crítica filosófica é a compreensão da problemática interna, a avaliação do interesse da resposta encontrada.
Armadilhas a evitar
Erros a evitar:
A) Tratar uma só parte do texto
Primeiro erro muito frequente: concentrar todo o esforço de compreensão numa única passagem do texto. Explicar um texto é determinar o seu sentido global. Por conseguinte a abordagem de um único dos seus aspectos não é nada adequada.
B) Esquecer o texto e fazer uma dissertação
Também não se deve pôr o texto entre parêntesis, como se fosse algo acessório e acidental. Alguns alunos cometem este erro, por muito estranho que pareça.. Esquecem o texto e fazem outra coisa, por exemplo, uma dissertação, uma reflexão pessoal sobre o tema desligando-se completamente do texto. Esta forma de responder não é a pior de todas, mas está longe de corresponder ao que se pretende. A referência ao texto a comentar é portanto fundamental.
C) Considerar os exemplos contidos no texto como secundários.
Deve dar-se sempre um lugar privilegiado aos exemplos utilizados pelo autor no texto, na medida em que é neles que reside muitas vezes a chave para uma boa interpretação.
D) Paráfrase
Atenção! As paráfrases devem ser evitadas a todo o custo. Esta armadilha ameaça os alunos constantemente. A paráfrase é uma espécie de caricatura de um estudo bem organizado. Ao aluno, neste tipo de trabalho, é pedido aluno que explicite os conceitos, que sublinhe a sua organização interna, a sua articulação, o seu significado real e dinâmico na lógica do raciocínio; pelo contrário, a paráfrase opera com base em verbalizações difusas, repetindo os mesmo termos interminavelmente sem deles retirar qualquer sentido. A paráfrase é passiva: repete o que o autor diz de uma forma menos interessante. A explicação é activa e dinâmica. A esterilidade da paráfrase opõe-se portanto à criação inteligente de um comentário explicativo.
A Conclusão
A conclusão tem a finalidade de fazer um breve balanço, indicando o interesse da demonstração do pensador. Ela encerra o debate com precisão e clareza; possui, portanto, uma função retórica e pedagógica, cuja importância não deve ser subestimada.
=*
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ResponderExcluirExcelente texto! O mesmo serviu para aumentar meus conhecimentos.Um abraço.
ResponderExcluirBoa tarde. Obrigado!!! Seu conhecimento vai servir de base para meus estudos. Estou me preparando para o concurso do IBGE 2016.
ResponderExcluirEu também estou estudando para o concurso do IBGE.
ExcluirEu tmbm, me ajudou muito. Obrigado.
ExcluirEu tmbm, me ajudou muito. Obrigado.
ExcluirSomos 4 haha
Excluire agora somos 5! ibge vai estar concorrido mesmo hahahah
Excluiropa, somos 6. Vou tentar no ES. Abraço e bons estudos.
ExcluirSomos 7. kkkk Aracaju. :D
ExcluirSomos 8 kkkkk
Excluir9...kkk
ExcluirAgora que eu vo estudar ralado mesmo!
somos 10. RJ
ExcluirSomos 11. kk
Excluir12
ExcluirSomos 13! haha. ES
ExcluirAdivinhem.... kkkkk, 14. PE
Excluirsomos 15... CE
ExcluirBoa sorte a todos
somos 15... CE
ExcluirBoa sorte a todos
16! MG hehehe
ExcluirMuito obrigado por aparecer na parte de "interpretação e organização interna", no google!
somos 17 RJ. hahahaha.
Excluirsomos 18 PA..
ExcluirAcho que sou o ...19. Made in Rio!!! A prova vai ser boa!
Excluir20 RJ kkkk!!!!!
Excluir21 Rj kkkkkkkkk
Excluirsomos 22 huahauhdaudhauhdauhauha
Excluirsomos 23 RJ
Excluir25 - CE, deixar o 24 pro próximo ;)
Excluir25 - CE, deixar o 24 pro próximo ;)
Excluir26 rsrsr boa prova pra nóis Floripa!!
Excluir27 - São Paulo - Boa sorte pra todo mundo!
Excluir28 -slz-MA
Excluir29 Belem PA
Excluir30, Boa vista/RR
Excluiropa, somos 7. Vou tentar também no PE. Vlw.
ResponderExcluirAgora somos 8. RJ U.U
ResponderExcluirOpaaa somos 9 então. . João Pessoa PB
ResponderExcluirOpaaa somos 9 então. . João Pessoa PB
ResponderExcluirSomos vários então , estou para ES
ResponderExcluirMUITO BOM
ResponderExcluirSomos 13.. DF! Muito bom!!
ResponderExcluirSomos 14...SC
ResponderExcluirsomos 15
ResponderExcluirSomos 16, Dificil! + não impossível !
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ExcluirSamos todo nós no IBGE.Aqui é em RO
ResponderExcluirSamos todo nós no IBGE.Aqui é em RO
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ResponderExcluirSomosIBGE2016 aqui em Santos.
ResponderExcluirMuito bom,IBGE RS. Se preparando.
ResponderExcluirÒtimo.Tirando dúvidas. Concurso IBGE MG.
ResponderExcluirIBGE MS 2019
ResponderExcluirIBGE 2019
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